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Três benefícios da “TI Invisível” para os bancos

*Por Luis Delphim Esteves

A Shadow IT, ou TI invisível, é uma prática cada vez mais comum no Brasil, onde usuários de outros departamentos adquirem suas próprias tecnologias, sem passar pelo crivo e/ou gerenciamento do departamento de TI. Trata-se de um fenômeno que compreende todas as tecnologias adquiridas por diferentes áreas das empresas com orçamentos próprios. Por não estar alinhada com o planejamento da área responsável, não há dúvidas de que a Shadow IT apresenta um risco real e urgente aos bancos. Por outro lado, o paradigma é que a prática também traz benefícios de diversas formas.

Abaixo estão três bons argumentos que indicam que a prática da Shadow IT pode, de fato, ser um benefício para os bancos:

1. Permite melhor uso de recursos

Os CIOs e seus especialistas em TI podem abrir mão de uma batalha perdida e embarcar em busca do sucesso. O controle total da TI corporativa não é mais trabalho do CIO, mas sim a colaboração. Com exceção de alguns raros bancos, na maior parte das vezes a TI já foi ‘consumerizada’ e esse é um processo sem volta. Funcionários de todas as idades e culturas estão confortáveis com a experimentação de novos aplicativos para ajudá-los a aumentar a produtividade. Eles usam seus próprios dispositivos, muitas vezes múltiplos dispositivos. Descrever um funcionário do banco que rotineiramente viaja com dois iPhones, um iPad Mini e um ponto de acesso Wi-Fi, provavelmente não é a descrição de qualquer pessoa incomum ou exclusiva.

Os líderes de negócios do seu banco são procurados por fornecedores especiais nessa linha de negócios para adotar suas aplicações. O Gartner estima que até 2017 diretores de marketing gastarão mais com TI do que os CIOs. Apontar novos obstáculos é um desperdício dos recursos de TI e de atenção.

2. Incentiva capacitação e inovação

Alguns CIOs optaram por pensar na Shadow IT como uma inovação na tecnologia de outsourcing a seus próprios parceiros internos confiáveis. Um recente artigo descreve como uma importante CIO "transformou sua equipe de TI de 5500 pessoas em uma organização com abordagens cujos funcionários querem fornecer ideias. Um modelo que naturalmente persegue a Shadow IT, a maior preocupação de muitos CIOs atualmente”.

Quando líderes de negócios e outros funcionários escolhem seus aplicativos, há uma grande chance de que eles saibam exatamente quais atenderão melhor às suas necessidades. É praticamente impossível que as equipes de TI tenham a mesma profundidade de conhecimento sobre os problemas dos negócios. Por que forçá-los a usar algo que acreditam ser inferior ou que forneça desempenho médio, a menos que haja fortes problemas de segurança e conformidade com sua escolha? Afinal, pessoas que são incentivadas a fazer as coisas a sua maneira são conhecidas por terem melhor desempenho. Não incentivá-las é apenas um tipo diferente de risco.

3. Cria uma função melhor para a TI

Há anos, empresas tentam "vincular a separação de TI/negócios". A Shadow IT cria o ambiente certo para torná-la realidade. Com toda tecnologia e experimentação em andamento na empresa, é impossível prever onde os avanços acontecerão. A TI pode se concentrar na criação de uma cultura que busca, ativamente, aprender onde os funcionários estão agregando valor com aplicativos de sua escolha. Comumente, tais avanços são realizados nos extremos das organizações, onde as pessoas enfrentam problemas que precisam ser resolvidos em horas, não em semanas ou meses.

Quando esses avanços são identificados, o setor de TI pode realçar essas realizações e permitir que os funcionários extraiam valor adicional e, ao fazê-lo, também solucionem preocupações de segurança e compliance. Os CIOs que já fizeram isso relatam que quando a área de TI alcança uma reputação por trabalhar com os compradores de Shadow IT, outros usuários surgem e buscam assistência. O setor de TI redefine sua função como um parceiro para a empresa, além de ser um educador e criador de políticas.

*Luis Delphim Esteves é diretor de contas da Unisys Brasil e especialista nos setores financeiro e varejista.